quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Comidas para todos os tipos de viajantes


Uma coisa tão importante em qualquer viagem e nunca escrevemos sobre ela: Comida.  Você lembra qual prato você mais gostou e onde? Vale a comida da vovó ou daquela tia que moram longe. Ou pode ser aquele pedaço de queijo simples, acompanhado de um vinho verde com amigos em alguma praça. 
Sabemos que elas tem um lugar bem importante nas memórias de viagem, fazem links com momentos que você já tinha até esquecido... Enfim, elas são de fato marcantes para qualquer aventura. Todas tem um valor agregado, geralmente sentimental, na cabeça ou no coração. Ou você vai dizer que aquele sanduíche de mortadela que você ganhou de alguém que já estava te dando uma carona não significa nada para você?

Vamos listar as melhores comidas das nossas viagens, seja pelo sabor ou pelas lembranças que elas trazem. 


Käsespatzle (Dificil de pronunciar, mas fácil de fazer)  - Alemanha 

Farinha de trigo por todo lugar, inclusive em nós mesmos :D

Esse prato tem história e se pronuncia “quespátzel”, trata-se de uma comida típica alemã, mais na Bavária, sul do país. Provamos ainda no Brasil, porém feito por mãos alemãs e com todos os ingredientes vindos de lá. Tudo bem né? Depois nos empanturramos novamente, mas já em terras germânicas. 

Receita muito simples: Uma massa feita de trigo, leite e ovos num ponto quase cremoso. Depois você precisa de um instrumento parecido com um ralador que fica sobre a panela e vai deixando gotas desse creme irem caindo na água fervente. Nisso ficam parecidos com nhoque. Daí você só precisa escorrer, pôr em cima a cebola que estava fritando na manteiga, já escurinha, e levar ao forno por 30 minutos. Já no prato ponha umas gotas do molho que mais gostar...

Simples segredo para felicidade e muitas noites com amigos bagunçando uma cozinha.


Wiener schnitzel (A milanesa austríaca) – Áustria

Acerte a quantidade de limão e você ganhará na loteria :D

Outro prato saboroso, simples, e que traz boas memórias. Já na chegada à Viena, móidos pela viagem e se perdendo um pouco para achar a casa do nosso anfitrião (Via Couchsurfing), só pensávamos em dormir. Mas, ao entrar na casa, nosso amigo já estava com todos os ingredientes prontos e tão entusiasmado, que acabou nos contagiando. 

Receita: Bifes de porco simples revirados em ovos e farinha de pão integral, postos para fritar em pouco azeite. Enquanto isso batatas inglesas pequenas cozinham em outra panela, depois que estão prontas joga-se um pouco de salsa picada por cima. 

Está pronto! Se tiver tempo, prepare uma saldinha com umas gotas de mostarda. Mas, não é preciso de fato. O toque final é temperar a carne com limão taiti ou ciciliano, o desafio é você acertar a medida perfeita.



Leberkäse (A mortadela alemã, mas pode esperar muito mais) – Alemanha

Isso + uma cerveja de trigo +  um amigo + um gramado num parque = Gratidão

Infelizmente, quase todos os pratos que listamos levam carne. Mas, culinária de países frios é assim... O fato é que aproveitamos mais essas comidas devido ao rigorosíssimo controle de qualidade. Se uma salsicha diz que leva carne, é carne. E não “pele de frango mecanicamente separada”. Os conservantes são proibidos, tanto que tudo é consumido rapidamente.

Leberkäse (Lê-se liberquese), resumindo, é uma mistura de carnes e temperos processados, que depois assam numa forma de pão. Provamos os que levam também pedaços de queijo e os que levam tomate seco e picles (os melhores). Há também os que levam pedaço de fígado, pois existem leis que obrigam a adição de fígado apenas em respeito à receita original.

Aí, é só cortar uma fatia, por num pão estrela e pôr umas gotinhas de mostarda doce ou tradicional. 

Aquele lanche no meio da manhã (O brotzeit) fica sempre bom.



Queijo comté (Quanta mais velho, melhor) – Alpes Franceses

Olha como a crosta dele fica firme. Fica cada vez mais espessa também. É preciso removê-la antes de comer.

Um dos tipos mais antigos da França, já tem mais de mil anos de história. O leite para produção desse queijo só pode ser produzido por duas raças de vacas: Montbéliarde ou Pie Rouge. E a região produtora está nos alpes franceses. Para nós, a impressão é que quanto mais velho, melhor o queijo fica. Provamos pedaços com dois meses, três meses, alguns comprados no supermercado. Mas o melhor foi um pedaço que estava havia seis meses na prateleira da cozinha de um amigo :D . 
Por isso, deve-se remover a crosta antes de comer.

Para acompanhar esse queijo, basta apenas uma coisa: A faquinha que você vai usar para sacar pequenos pedaços e ir desgustando. Se quiser ser um autêntico francês, o canivete deve ser do tipo Opinel. Todo francês parece andar com um daquele. :D

Se o sabor é muito forte para você (Isso pode ser devido à idade do queijo) você pode suavizar com uma baguete ou ciabatta, mas não faça um sanduíche. Deve-se morder um e depois o outro. 
Um gole de vinho tinto suave ajuda a refrescar e não domina o sabor do queijo :D



Galette (Com ou sem ovo cru?) – Bretanha, França

Com ou sem ovo cru, é delicioso

É uma massa finíssima de crepe semi-pronta, que você deixa esquentar numa frigideira enquanto joga presunto desfiado, queijo (Provamos com queijo gruyère) de sua preferência e pitadas de pimenta-do-reino. 
Depois que o queijo começa a derreter, você já pode ir dobrando a massa para dentro. Aí vem o momento que você decide seguir ou não a receita: Já no prato, a receita original diz que você deve estalar um ovo no centro da massa. 
Fechamos os olhos no primeito pedaço, com medo de reagir mal, mas, acabamos amando o prato. E agradamos nosso amigo que é um autêntico bretão.



Truta (Pescada e frita no mesmo segundo) - Peru

Olha a cara desse prato!

O peixe é pescado no momento que você pede o prato, numa psicultura ao lado do único restaurante do povoado de Huilloc, no Vale Sagrado. A porção de arroz tem diversos tipos do grão e deixa o prato belíssimo. Além disso acompanham as papas fritas (Batatas fritas) e salada marinada com pimentão, cenoura, aspargos e tomate.

É tão fresco que as espinhas podem ser tiradas de uma só vez e com muita facilidade. Realmente dá pena de comer e aflição quando está acabando, de tão bonito e saboroso que é o prato.



Sem imagens, para você sonhar mais com o sabor desses aqui: 


Lomo saltado (Tente não repetir esse prato) – Peru

Uma porção de arroz branco cozido com azeite. Filetes de carne que foram fritos com pimentão, cebola, adicionando depois uma mistura de molho inglês, caldo de carne e rocotto (pimenta).

Está pronto.

Certamente na sua mesa o couvert vai incluir uma tijelinha com 3 tipos de rocotto picadinhos com vinagre. Peça se não tiver. E jogue um pouco por cima do arroz.

Se puder, prove aquilo em silêncio, para não perder nada da explosão de sabores na sua boca. :D


Furdunço (Para os vegetarianos) – Chapada Diamantina, Bahia

Uma mistura feita numa chapa quente que junta beringela, salsa, palma, abobrinha, acelga, repolho roxo, couve e temperos da região com pedaços de queijo ou massas. 

Acredito que somente Seu George (Dono do restaurante Fazendinha e Tal) consegue acertar a quantidade perfeita de cada coisa. Acredite, fica incrível, alimenta bem e é ótimo para o jantar. Não te deixa pesado para dormir. 

Com uma dose de cachaça amadeirada feita lá mesmo,  a noite está ganha. 


Moqueca na telha (Diferente da moqueca no tacho só pela quantidade de acompanhamentos) – Salvador, Bahia

No Pelourinho, procure pelo Largo Quincas Berro D’água, na Rua J Castro Rabelo. É como um jardim secreto no meio do Pelourinho repleto de restaurantes e um mini palco para encenações. Vão te oferecer de tudo, mas diga que você quer a moqueca na telha, vão te indicar. 

Vá no mínimo em um grupo de 4 pessoas, apenas um pedido vai servir para todos.  Pois a moqueca virá enorme e acompanhada de arroz, salada, farofa e bata frita. A moqueca é tradicional de camarão em molho de côco, azeite de dendê, pimenta, salsa e muito calor. 

Peça uma cerveja para equilibrar.


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