Andei lendo dicas de como se organizar para viajar pela América do Sul, e confesso que achei bem mal ou, ao menos, bem desatualizadas.
Desde fevereiro deste ano estou viajando pelo Chile, Bolívia e Peru, pois estou trabalhando como voluntário numa ONG alemã em Urubamba, no Vale Sagrado, Peru. Posso dizer que situação economica para nós não anda bem, principalmente no Chile, onde, em três meses, R$1,00 real passou de valer P$260,00 pesos chilenos, para P$175,00 na maioria das casas de cambio.
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A melhor parte de Santiago: A parte gratuita. Paisagens incríveis e sem pagar nada. |
Lembro de ter trocado R$100,00 reais no dia 26 de abril em Santiago, e isso foi suficiente apenas para pagar um hostel*, comprar uma garrafa de água, duas emapanadas de pino, duas pizzas de cone pequeníssimas e pagar a ida e a volta ao aeroporto. Pois, dessa vez, passei só uma noite em Santiago.
Para quem vem de grandes cidades no Brasil, acredito que não vão desejar ficar muito tempo lá, pois logo se percebe o quanto a cidade é semelhante as nosssas no Brasil, em questão de diversão, vale ressaltar. Pois, em questão de limpeza, planejamento urbano, transporte e construções modernas... Ah, tá bom, isso vale como atração turistica. E, claro, os museus e exposições merecem muita atenção, como o de Arte Pré-colombiana e o de Belas Artes, que fica quase no subsolo do Palácio Lá Moneda. Tente um free tour, vale demais a pena, sempre as 15h em frente a Catedral da Plaza de Armas, assim como o Cerro Santa Luzia.
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Totens funerários pré-incas, Museu de Arte Pré-colombiana em Santiago |
O chilenos da capital são bem tranquilos, sabem fazer festa também, mas sem muitas badalações e voltam cedo para casa. E 70% da programação é como no Brasil: uns bons amigos e uns bons drink num bar, sobretudo no Bairro Bela Vista.
Vai atravessar fronteira por terra? Prepare-se para algumas grosserias e bizarrices. Na travessia clássica de Arica (Chile) a Tacna (Peru), você vai ver contrabando de mercadorias e vai esperar muito na alfândega, dependendo de quem esteja no mesmo micro-onibus que você. Dica importante: Pague a passagem em Pesos Chilenos, você vai ter a opção de pagar em Soles também. P$2,000 (Pesos Chilenos) ou S$12,00(Soles)... Se tiver sorte, a passagem vai estar custando P$1,500. Assim você economiza alguns trocados.
Nessas duas cidades, não há muito o que ver, em Arica tem o oceano pacífico e algumas focas nadando na praia junto com os banhistas, mas, a picaretagem dos taxistas e a certa agrassividade das pessoas não me deixou muito feliz lá não. Também falta transporte até o aeroporto e, se você não está em grupo, vai sair caro se deslocar. Pois quase não há transporte público visível e só "táxis particulares". A perda de tempo também é considerável, já que o aeroporto está a poucos metros da aduana, mas você precisa ir até o terminal de ônibus na cidade, e daí voltar a aduana... Não há ligação de transporte e o aeroporto fica no meio do deserto.
Em Tacna, porta de entrada ao Peru para quem vem do Chile, não há muito que ver, mas, por exemplo, se você está indo a Arequipa ou Cusco, os ônibus só saem à noite, e se você chegou aí pela manhã ou tarde, vale deixar as mochilas maiores num guarda-volumes e ir conhecer o parque dos petroglífos de Miculla, um táxi te leva lá por S$40,00 (ida e volta, negocie para menos), mas você vai ver que é longe e incluindo a espera do taxista para voltarem, vai ver que saiu barato. E o parque é bem legal.
(No Peru, a situação é mellhor por duas causas: tudo é realmente barato, e o Real é mais próximo do Novo Sol, tanto para fazer o câmbio (questão de dígitos) quanto o valor. R$1,00 = S$0,93-95... Isso mesmo, em três meses, o Novo Sol passou a valer mais que o Real também).
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Plaza de Armas de Cusco, onde tudo acontece, desde boates, bons restaurantes, até ofertas de massagens e drogas. |
Mas, em Cusco, por exemplo, corridas de táxi não são mais caras que S$5,00, hostels podem ser encontrados por S$20,00**, mesmo na altíssima temporada peruana (Inverno é mais seco e muito melhor para qualquer visita, trekkings e Machu Picchu, claro!). Um menu, que inclui sopa de quinoa, prato principal e postre (sobremesa), está entre S$15,00-20 na Plaza de Armas, com direita aquela vista incrível e S$7,00-12 nas ruelas ao redor e no bairro boêmio de San Blas. Por Deus, tente a pizza de alpaca no Restaurante Plus, com vista a Plaza de Armas... Sem mais.
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Pedra de 12 lados em Cusco, logo depois, há a parede cujas pedras formam o puma e a serperte... "Obrigado" aos espanhóis por não terem destruído essas duas obras impressionates, também. |
Ah, eu sei que você vai querer comprar tudo que ver pela frente nos mercados de artesania em Cusco, mas, segure-se até chegar na Loja da Asunta, não tem erro, é exatamente em frente a parede inca cujas pedras formam a figura de um puma com uma serpente abaixo. Não é propaganda para ganhar uma jaqueta grátis depois, é por que ela é muito simpática, vai te dar uma 'regalito' somente se você parar em frente a loja, e o melhor: é uma loja de distribuição, com preço de fábrica. Realmente baratíssima, como jaquetas de alpaca por S$25,00, tocas por S$ 10,00 ou menos. E ela adora os brasileiros.
Se você vai a Machu Picchu de trem, pagando por fora, vai ver que sai muito mais barato tomar o trem em Ollantaytambo. Melhor opção por diversos fatores: Diferença de uns U$20-30 dolares; se você saísse de Cusco, teria que ir a uma estação muito fora da cidade (Poroy); e de Cusco a Ollantaytambo*** custa apenas S$10,00 soles, e você ainda pode parar duas horinhas para conhecer o lugar que também é impressionante. E se quiser baratear ainda mais, tome um coletivo (van) até Urubamba = S$6,00 e dái outro até Ollanta = S$1,50 (Não entendo de verdade a lógica de preços dos peruanos :D)
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Ela, no ápice da sua beleza e mistério |
Opções para chegar a Machu Picchu: Todas estão lotando muito rapidamente, são 12 mil pessoas desembarcando em Lima todos os dias em direação a Cusco e Machu Picchu, principalmente. Tanto que, se você gostaria de subir a Wuaynapichu, tem que esperar até julho. E as trilhas como Inca Jungle Trail e Salkantay Trail, que incluem trekkings, tirolesa, bike e camping até chegar a Machu Picchu, estão na faixa dos U$230,00-300 dolares. E a famosa Trilha Inka que dura até 5 dias, não sai por menos que U$400,00 dolares.
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Wuaynapichu. Que com sorte, consegui agendar cinco dias antes. ... Porém, subir em meio a chuva é risco de vida. |
Como eu já tinha feito a Rota do Salar de Uyuni e a Death Road na Bolívia, não estava mais em busca de aventura, queria Machu Picchu e pronto, então fiz a rota "by bus" que custa em média U$100,00 e inclui duas noites de Hostel em Águas Calientes, 3 refeições, entrada no Paque das Ruínas e guia. Para subir a Wuaynapichu são mais U$10,00 dolares, mas agora, não há mais vagas até julho. Essa é a opção mais barata. E pode ficar ainda mais, pois ela pode durar dois dias, mas você vai ter que correr para ver tudo nas ruínas e voltar caminhando de Águas Calientes à Hidrelétrica, onde estão os ônibus e vans que te levaram, epserando para te buscar de volta. (4 horas por trecho de caminhada).
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As vans te deixam na Hidrelétrica, daí você anda de 3 a 4 horas até Águas Calientes, mas o caminho vale... e muito, a pena. |
Dicas sobre a Bolívia
Não voltei lá desde fevereiro, mas creio que muita coisa não há mudado. Na época que fui, o Real valia um pouco mais que 4x o Boliviano, moeda do país. E tudo já era bem barato. Transporte, alimentação, passeios.
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Antes de começar a Death Road... Com chuva! |
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Outro passeio obrigatório desde La Paz: Tiwanaku. E vale fazer tour em vez de ir por conta própria. Sai quase o mesmo. Além de incluir guia, entrada e almoço buffet. |
Me hospedei no Hostel Loki La Paz**** (que também há em Cusco, Lima, Mancora e Salta, na Argentina), saiu barato pela cotação da moeda, B$45,00... Mas o perigo é a pulseirinha do LOki, quqlquer coisa que você pessa no bar, vai pagar com ela. O bar é no topo do edifício, com a vista mais linda da cidade. Você vai pedindo refeições e bebidas... e no check out, tem o seu infarto. :D
Desde La Paz, fizemos a Death Road com bikes, depois do desconto que conseguimos, fomos procurar preços num grupo de 5 pessoas, conseguimos por B$450,00, super qualidade em equipamentos e refeições servidas (no final há um hotel com piscina e buffet incluso, para relaxar e ter certeza que você sobreviveu um pouco antes de voltar a La Paz). Você pode ecnontrar mais barato, mas não me arriscaria, qualquer freio quebrado pode significar sua morte, sem exageros ;)
Hostels em Potosi e Sucre são enormes, confortáveis, com café da manhã e na faixa dos B$30-40 bolivianos. As duas cidades são incríveis e marcadas pela mineração e dominação espanhola. Arquitetura incrível, pela conservação, em Sucre (a cidade branca) e em Potosí, justamente pela falta de conservação em certas partes, parecendo um cenário de filme, com Cholitas, hamburguesas calientitas e criancinhas com bochechas enormes :D ... Em Potosí - Hostel La Casona; em Sucre, Hostel Amigo.
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E foi assim que chegamos a Bolívia, pelo Salar de Uyuni. |
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*Hostel bem básico, mas, pelo menos perto da estação Los Heroes, ponto final do ônibus Centropuerto {opção mais barata para se chegar ao centro vindo do Aeroporto P$1.500,00} = economia grande.
**Hostel Green Shelters, novo, super confortável, com café da manhã, na Calle Meloc, próximo ao Loki Hostel, ao Vip House Hostel... e a 10 minutos no máximo da Plaza de Armas. Mesmo se você está com problemas de altitude.
***A melhor dica que posso dar sobre Ollantaytambo é visitar as ruínas ao lado oposto do sítio arqueologico mais importante (que é lindíssimo, mas você precisa do tal boleto turístico, que atualmente custa S$120,00 soles e inclui outros parques) esse do lado oposto é grátis, interessante também, e o chão está cheio de caquinhos de vasos antigos que ninguém leva como souvenir. Eu levei :D
****Qualquer um dos Lokis não serve café da manhã, mas tem boas promoções como o seu passaporte: a quinta noite é grátis para dormir e um drink grátis no bar. E você pode acumular noites como 2 em La Paz e 3 em Cusco, a 5° vai ser grátis. E se você vai a 3 Lokis diferentes, ganha uma camisa :P