segunda-feira, 20 de julho de 2015

Dia do Amigo, para lembrar de viagens que se tornaram incríveis porque eles foram junto com você


Um dia difícil para alguém que tem dificuldades em desapegar, que atualmente tem todos os grandes amigos longíssimo e que acabou de voltar de um voluntariado com crianças (podem tirar conclusões sobre amizade com elas ^^).

Então, o que resta é tomar uma cerveja para acalmar e lembrar de alguns momentos ao lado deles... De incríveis a impressionantemente loucos. Mais uma vez, em tom de agradecimento, pois, num tom bem clichê, tudo que sou hoje e todas as curas que eu consegui, foi por causa deles.

Em ordem cronológica das viagens mais inesquecíveis, vou falar sobre algumas pessoas, e como conheci cada uma, acreditem ou não em alguns casos. :D


Benjamin

Conheci Beni por acaso, estava prestes a embarcar em minha primeira viagem à Europa, tremendo de medo. Resolvi ligar para o pessoal de uma ONG onde tinha trabalhado, na minha cidade, para dizer que visitaria a Alemanha e algumas pessoas que trabalharam conosco. A Diretora logo falou: "Temos um voluntário aqui que está voltando para Alemanha, seu trabalho terminou". Era Beni... Que voltaria para casa no mesmo vôo que eu. :O

Só esse fato nos aproximou bastante, depois ainda mais o futebol alemão, The big bang theory e uma paródia que fizeram com 'Friday' .. sim, da Rebeca Black. :D

Beni se empenhou muito em me ensinar os melhores palavrões em alemão, em me manter sempre bêbado e me mostrar que sim, as autobahns da Alemanha não tem limite de velocidade: "Elton, olha só, estamos a 210km/h e o carro atrás está pedindo passagem!"

Entre festas tradicionais da Bavária e degustação de donner, aproveitamos até que as aulas de Ben começaram, aí só nos encontramos de novo já no final da minha viagem. E fomos nada mais que à Amsterdam... E a boa história começa agora.


Já no fim da visita, essas duas crianças encontram o Homem-aranha, selfie, claro!


Em Amsterdam:


  • Nos hospedamos em um hostel sem café da manhã e com chuveiro quente quebrado, no inverno (no site, tudo perfeito), se ainda existir, evitem o Euphemia Hostel, que fica perto do Heineken Museum. 
  • Fizemos a festa no Museu de Madame Tussaud, sobretudo na estátua de Beyoncé, de Barack Obama e o com molde da bunda de Jennifer Lopez. 
  • Por causa disso, chegamos atrasados para a visita ao Heineken Museum e quase a perdemos. 


  • Não conseguimos hostel nem couchsurfing para a última noite em Amsterdam, saída? Ir ao maior número de bares possíveis e dormir um pouco na McDonalds. Deu certo. Dormimos um pouco também na Estação Central da cidade, junto com outros 1000 alemães que atravessaram a fronteira para beber e, você sabe o que, por um final de semana. 


Katrin

Um voluntário quando partia, sempre deixava o meu contato com o próximo, e foi assim que conheci Katrin. Companheira de muitas viagens, já no Brasil.

Faltam fotos nossas no Brasil, mas compensamos bem em Paris :D


E costumo dizer que uma dessas viagens foi um divisor de águas na minha vida, foi quando fomos a Salvador e Chapada Diamantina. Os acontecimentos que se desenrolaram desde aí são impressionantes. Em Salvador fizemos couchsurfing na casa de um cara que estava hospedando mais um casal, Laís e Bruno. Somos amigos até hoje, eles até visitaram minha casa em Recife e fizemos o mesmo prato que fizemos em Salvador... E amizade continuou, conheci os irmãos de Laís, e agora vamos viver juntos em São Paulo.


Em Recife assim como em Salvador, filé de peixe, cenoura frita e salada. E Bruno morrendo de calor! :D


Ainda sobre Katrin, depois de quase dois anos voltei à Europa, mas não Alemanha, para a França dessa vez. Katrin foi até Paris me encontrar, assim, sem problemas, e foi genial, cada dia foi incrível, ainda mais com tantas garrafas de jagermeister que ela me levou.
Katrin foi minha guia em Paris, dividiu sua mãe comigo e me ensinou alemão, claro.
Nessa visita, fizemos o maior esforço para um encontro com duas francesas que conhecemos na Chapada Diamantina, nesta mesma viagem que conhecemos Laís e Bruno.

Deu certo e foi inesquecível.

A prova do encontro! 


P.S. Se você conhecer Katrin um dia, faça o teste, espere até que ela esteja escovando os dentes e pergunte qualquer coisa a ela, ela sempre responde... e sempre acontece um desastre com creme dental. :D


Issam

Issam veio da Guiana Francesa até Recife por terra, se tornou meu ídolo logo que cara, claro. Fiz questão de atender seu pedido de ajuda no couchsurfing, quando buscava um apartamento para dividir durante seus estudos em Pernambuco.

Daquele tipo de companhia que você liga, já da rodoviária, e pergunta se ele não gostaria de viajar com você, e ele vai. Assim fomos a Pipa... E não me perguntem o que aconteceu lá... Só sei que havia muita jagermeister e umas coroas simpáticas no mesmo Hostel que nós. Para nossa sorte, houve apagão de memória. :D

Também passamos o carnaval 2014 juntos com uma grande e unida turma.
Na França também nos encontramos, foi aí que Issam conheceu Katrin e eu conheci os grandes amigos de Issam.


Dividindo amigos com os amigos. Katrin, Issam, Remy e Vinka... E o picnic francês... Êh Saudade!


Yohan, Mathilde, Rozen, Marie, Simon, VIncent, Carin

Viajamos muito juntos, entre Pipa, Porto de Galinhas, Salvador, Chapada Diamantina até Rio de Janeiro... Mas, a que ficou marcada na memória foi a viagem a Paulo Afonso e rio São Francisco.
Imagina você poder acampar à beira do rio, numa área linda, com as pessoas mais perto só a 4km de distância de você. A noite, só tinhamos os faróis dos carros e uma pequena fogueira para iluminar. No outro dia de manhã, só bastava sair da barraca e pular direto na água. Visitamos muito da região também e a foto abaixo é na cidade histórica de Piranhas, em Alagoas. A música Kilariô, de Di Melo, foi o tema da viagem, seguido de Meus filhos, meu tesouro, de Jorge Ben.


O bonde do Kilariô!

Em raras vezes, a sintonia durante uma viagem foi tão grande e harmonica, mesmo com esse grupão

Foi aí que conheci uma tradição francesa, a do banho a meia-noite... Pelado. Mas, essa parte não precisam saber detalhes, para que né? :D

E também deixamos nosso guia maluco quando Yohan encontrou um pedaço enorme de isopor e nós tentamos chegar ao oceano remando nele. Brincadeira :D

À direita Sergipe, à esquerda Pernambuco e lá no fundão, Bahia!! Rio São Francisco


Desses, os que ficaram para o resto da vida foram Rozen, Mathilde e Yohan.. Os outros se foram e eles ficaram mais um tempo, e depois, ficaram em meu whatsapp, até o próximo encontro de verdade.

Com eles, voltei à Chapada Diamantina, depois de fazer o acordo mais mirabolante no trabalho, para poder ter uma folga e ir com eles. Fomos juntos ao Rio de Janeiro, e mais uma vez precisei deixar meu sangue como garantia no trabalho... E, por ser pertinho de Recife, mergulhamos muito em Porto de Galinhas.

Sempre quis descer a cachoeira do Ribeirão do Meio assim, mas me faltava companhia...

Yohan foi o último a partir, claro, precisávamos viajar juntos mais uma vez para se despedir.. E, em três dias, fomos à Praia do Forte, Salvador e Morro de São Paulo, deu tempo? Deu sim! :D
Deixamos para dormir e comer muito no vôo da Azul. A noite em que resolvemos acampar na Quarta Praia em Morro de São Paulo... Só para economizar com estadia, o sono não chegou, pelo medo e pelo céu. :D

Depois do banho de argila, um banho rápido no mar e depois o avião de volta para casa, com barro aqui e ali. :D

Com esses três eu ainda não me reencontrei, mas, seguimos juntos virtualmente, embora enfrentando dificuldades de fuso horário. Yohan e Mathilde na Austrália, Rozen no Canadá e eu no Peru.


Tanta gente querida que também queria falar sobre... Acho que vou fazer uma matéria 2.0 sobre esse tema. Louis, Jim e Anna não podem ficar de fora. :D



sexta-feira, 10 de julho de 2015

Um post sem dicas para viagem, mas, com muitas coisas sobre a vida



Eu já escrevi pelo menos uma grande matéria falando como fui parar no Peru por 3 meses e como consegui um trabalho voluntário, o qual chamo de o melhor do mundo, por sua organização, boa vontade e coragem, muita coragem.

Mas, faltou escrever mais um pouco sobre o que acontecia lá dentro, fora o trabalho. Quem estava comigo, e o que danado eu vivi de tão bom ao ponto de fazer esse meu retorno ao Brasil tão duro.

Sim, dedico essa matéria à pessoas com dificuldades de desapego, como eu. :D


Eu chamo essa foto de "A história", ou o resumo dela... Além desse dia, somente nos reunimos assim uma vez só. :)


Por onde eu começo? Pelas pessoas, pelo lugar, pelas experiências?


Vou começar pelo lugar (pelos lugares), pois acredito muito que o lugar atrai pessoas que estão em sintonia com ele e com os outros que vão até lá.  E foi o Vale Sagrado que me atraiu, "apenas". Vivi dias de extrema paz aos pés daquela Montanha de Chicon, com seu nevado eterno e sua energia vibrante. Sim, experimente um dia passar um tempo em alguma cordilheira, elas são espinhas dorsais de terra e tem uma energia fortíssima.


Meu nevado de Chicon, visto de longe, no caminho de Cusco a Urubamba.

E outra parte do Vale Sagrado, da janela do meu quarto. Olha só isso! :D

Nós tinhamos três opções de moradia: Alugar uma kitnet (quase ninguém fazia);  O alojamento dos voluntários na área do orfanato, que ficava na montanha. Esse era para os que queriam estar mais perto das crianças, das plantações e não tinham tanta dependência de internet ou "vida social". E tínhamos também a casa dos voluntários na cidade de Urubamba, que chamávamos de Girasoles, uma metonímia do nome do bairro.

Foi lá onde eu morei, uma casa linda em madeira e adobe, visitada vez ou outra por grandes tarantulas. :D  A casa ficava num condomínio hippie, e eles tinham dois cachorros, Brutus, o San Bernardo, e Pipo, um vira lata bem gordinho e brincalhão.
A porta estava sempre aberta, literalmente, as janelas também, e isso salvava a vida de muitos voluntários bêbados que moravam no orfanato e perdiam o último transporte até lá. A única alternativa era pular o muro do condomínio (Brutus não se movia mesmo... :D), e entrar pela janela. Já tínhamos duas camas bem confortáveis na sala maior para eles.


Para as melhores tardes da sua vida não são necessárias muitas coisas se você tem amigos... E um balcão particular :D


E nessas duas casas eu conheci os outros voluntários, que já estavam lá há 7 meses, o começo foi como haveria de ser, se conhecer, saber qual é a sua, para depois, talvez, começar uma aproximação e "até" uma amizade ^^ (Todos alemães e só eu de brasileiro no meio :D )

Tá bem, não foi extamente assim, eles foram bem simpáticos na verdade (Lembram o que falei sobre o lugar atrair pessoas parecidas? Sim, estávamos na mesma vibe) e já perto do final, nós já sabíamos muito um sobre o outro, e já tinhamos compartido muitas experiências de vida que nos deixaram laços muito fortes. De verdade.

Eu poderia falar sobre cada um, mas são 18 pessoas, então vou falar sobre os mais próximos, olha só a foto linda abaixo:


Eu já estava de partida e voltei para tirar uma foto desta foto, foi minha última imagem antes de ir. :(


Da direita para esquerda, os dois primeiros em pé , Lisa e Moritz, e o primeiro agachado, Tobias... Moritz e Lisa são um casal, de gentileza e simpatia eles estão cheios, percebe-se até pelos programas que trabalhavam na ONG, com as crianças mais novinhas, quase bebês, e com o programa de inclusão social e educativa das crianças e suas famílias. ... No meu último dia, Moritz fez questão de ficar do meu lado até o último minuto, todos tinham que seguir para seus trabalhos pelo Vale, mas Moritz ficou. Eu não parava de chorar, e Moritz estava ali, me dizendo: "cara, vai ser exatamente assim comigo". Ele até aceitou tomar um mojito em horário de trabalho só para me acompanhar.
Uma coisa raríssima!

E quando viu que eu não conseguia controlar a tristeza, sua ação foi comprar um cheese cake, o melhor que já provei. Lisa era um anjo, sempre estava arrumando a casa e sempre se assustava quando falava que escutei os fantasmas de Girasoles, mais uma vez x) ...

Já Tobias, meu herói, meu Pê, ou Bebe... Não, não tivemos um caso... haha Esse cara foi meu heroi, porque quando voltei ao Peru (Sim, fui uma vez para trabalhar por um mês, voltei ao Brasil.. e... um mês depois estava de volta, para mais dois meses em Urubmaba, foi maior que eu :D) eu não tinha onde ficar e Tobi ofereceu seu Kitnet, sem cobrar nada por isso. Me emprestou sapatos quando roubaram os meus, me conseguiu colchão para dormir... E quando tive que sair de lá e morar em Girasoles, Tobi foi junto (Claro, não queria deixar de comer as invenções que eu fazia no meufogareiro de camping). Com ele nunca faltou cerveja, animação e vontade de ir a academia. Louco, mas, ao mesmo tempo cheio de foco e muito comprometido.

A personalidade de Tobi me inspira, o único voluntário que não postava fotos com crianças em seu facebook, o único que não se preocupava com quanto dinheiro os outros voluntários tinham. Bebia até cair comigo nas noites em Macumba (Um dos dois clubs na cidade)... Mas, no outro dia, sabia exatamente qual trabalho tinha de realizar.

Meu "Pê" por que é assim que os peruanos chamam seus amigos mais chegados: Pê (de 'Pe'ruano) :D E bebe, por causa da música "Travessuras" de Nick Jam, a música dos bêbados da Macumba, um dos nossos hinos. ^^ Na minha última noite, quando jantamos todos juntos em Girasoles (Até os que moravam no Orfanato, todos vieram!), Tobi me surpreendeu no final, tirou humildemente duas latinhas de cerveja da mochila, um pacote de snacks e disse que queria ir uma última vez no meu balcão, para uma última conversa, só os dois irmãos, como faziamos sempre em seu antigo Kitnet (Sim, meu quarto era o melhor do mundo porque tinha um "terraço". Na verdade um andaime permanente). Foi desses momentos rápidos que parecessem ter durado mais que o normal...


Vai a Cusco? Por Deus, faça essa foto com seu amigo na frente da parede com o puma. Na Loja da Assunta te emprestam a roupa e te enchem de broches como presente sem pretenção :D

Nas sextas-feiras a noite, se ninguém se animava, Tobi e eu tínhamos que aproveitar. Devidamente padronizados. :D

Mas, a calma e educação de Bea (Exatamente a do meio, dos que estão em pé), mesmo quando roubaram peças de roupa dela na lavanderia; e as "putarias" de Johannes (o único de jaqueta azul) e Jakob (O primeiro em pé da esquerda para direita) misturadas com a gentileza e amizade deles são coisas que me fazem uma falta terrível.


E as experiências? 

Já falei bastante das experiências vividas aí acima, mas, tem umas mais profundas como fazer dois pirralhos muito pequenos se abraçarem depois de uma briga, tendo que usar a psicologia certa. Ou receber um abraço tão inconcente depois de dizer "sim, um niño forte no siente dolor"... E receber muitos beijos, como se fosse um irmão mais velho, um super heroi. Também a experiência de marcar minha mão com tinta na parede, a tradição dos voluntários, e receber aplausos dos que mais mereciam aplausos meus.

Mas, o que aconteceu muito, e é das coisas que mais gosto, é sentir quando entrei de fato num grupo, numa célula... E consegui sim, fazer por merecer entrar nas células de carinho dos professores, dos funcionários, do pessoal do restaurante e dos voluntários.

Um exemplo disso foi todo o sarro que eu descobri que existia durante o trabalho, e, depois que entrei na roda, o Professor Boris sofreu muito na nossa mão, até página exclusiva no facebook ele ganhou. Outro aspecto super bom de fazer parte de algo era no restaurante turísticos da ONG, onde me aproximei tanto dos cozinheiros e ajudantes. Comíamos juntos depois do expediente e trocamos muito aprendizado na cozinha.


Montagens horríveis em homenagem a "El"
O grande chef do Sumaq Sonqo, Cristóbal e seu presente para minha despedida.


Sei, é bem exagerada minha gratidão e melosidade, mas é isso mesmo, não são mais que gratidão e melosidade,  e isso é que me faz feliz e atrair cada vez mais só coisas positivas e pessoas que acrescentam tanto na minha vida. Faz tempo que não aparece mais ninguém para subtrair. E me diz, há como não ser grato quando você conviveu com crianças assim, e quando eles queriam especificamente o seu abraço, a sua compania ou a sua ajuda no reforço escolar?

Esq. para direita: Meus queridos Samir, Cristian, Froelan e Haddid... E já enchi os olhos de lágrimas :(


Obrigado se você leu até aqui, escrever isso sem chorar foi difícil... :D




sábado, 4 de julho de 2015

Dez exemplos de como é bom de voltar para casa (uma vez ou outra) depois de uma viagem :D


O bom de voltar para casa, repito, às vezes (é, constâncias e rotinas já me apavoram ao ponto de ter cuidado com as palavras, para não "atrair" certas coisas ^^), sobretudo depois de larguíssimas viagens, traz tantos benefícios que mal podemos notar. Portanto, é preciso prestar atenção para ver se se confirmam e ter o coração bem aberto para o passado. Pois lembranças vão vir para alimentar seu desejo de seguir em mais uma aventura.


1 - Comida da avó

Por mais que você tenha passado um mês viajando pela Bolívia e Chile e mais três meses no Peru, com uma das melhores culinárias da América, ainda mais trabalhado como voluntário num restaurante e se esbaldando no Lomo Saltado, Ajís de Galina e Chaufa de Vegetales... A panqueca de carne da sua Avó e o strogonoff da sua mãe já te fariam falta, não é verdade? Cada garfada vem cheia de histórias, cheia de boa vontade das duas, de felicidade por estarem te vendo outra vez, vivo, mas, com uma cicatriz ou tatuagem nova aqui e ali. 

Sent. horário: Pizza de liquidificador, Strogonoff de frango, Feijão tropeiro e Panquecas de carne...
Exatamente, para recuperar cada caloria perdida na viagem :D

 2 – O Seu quarto

Claro, você já saiu de casa faz tempo, mas seu quarto continua lá, não importa onde seus pais vão estar, você sempre terá um quarto... ou o ‘seu’ quarto. E, no meu caso, sempre faço uma faxina cada vez que volto. De tempos para cá, quando de fato engatei na rotina de viagens, isso ficou ainda mais legal, por que meu quarto é meu armazém de memórias, e em cada faxina eu tenho 1001 supresas. Algum copinho de shot com o nome de uma cidade, uma entrada para concertos ou partidas de futebol, fotos, cartões postais que você ganhou ainda no meio de uma viagem... Claro, isso te dá uma vontade de nem desarrumar a mochila, de partir para outra aventura dali mesmo. É muito bom essa mistura de sentimentos, “cheguei agora, está tudo incrível, mas já quero sair para conseguir mais lembranças”.

Novos pedacinhos de papel cheios de memórias se juntando ao grupo





































3 – Amigos, claro

Se você cultivou bem suas amizades, não é preciso serem muitas, basta fazer o check-in do facebook e daí começa a chuva de mensagens no whatsapp. Isso varia de acordo com o tempo que você esteve fora... e de quanto eles são seus amigos. Brasileiros sempre tem cuidado com as palavras, ainda somos muito machistas, mas meus amigos estrangeiros que moram aqui, não tem a menor inibição em dizer: “Preciso ver você hoje ainda!” “Quero beber contigo!”... E isso é para matar qualquer um de honra. Eles também tem 1000 histórias para te contar, e quanto mais vocês brigam para saber que vai ser o primeiro a falar, mais amigos vocês são :D

4 – O sofá da sua casa

Aquele mesmo onde você dormia depois de uma festa, por que estava bêbado suficiente para ir até seu quarto. E no outro dia, escutava muito sermão da sua mãe. A espuma já está meio gasta, sua cachorrinha que morreu depois de 14 anos com você parece que ainda está lá, pedindo espaço para deitar com você, mas é um dos únicos sofás onde você vai deitar e só levanta quando quiser. 

5 – Seu cachorro (o novo mascote)

E toda a dificuldade para controlá-lo quando vê você depois de meses.

6 – O “estar” em casa

E poder dormir o tempo que você quiser, abrir a geladeira quando quiser, usar todas as sobras na cozinha e criar o prato que você quiser. E sentir-se seguro, muito seguro.

7 – Sua vitrola

Se você tem a sorte de ter uma, presente dos seus avós ou não, e uma boa quantidade de discos... Apenas por para tocar algum, com seus bonequinhos do X-men que vinham no salgadinho cheetos, girando em cima... É de um prazer e tranquilidade sem limites.





8 – Suas listas antigas de lugares para visitar

Aí você lembra que um dia já quis visitar Myanmar, Laos, Tibet... e pensava que nunca iria conseguir. Agora você sabe que são o próximo destino. E você lembra que já quis visitar Bali, Austrália... Mas agora quer passar bem longe deles, por que você acompanha os noticiários, estuda história e perde cada vez mais a vontade de ir a lugares como esses.

9 – Usar o google flights para planejar a próxima viagem e fazer a “lista de eliminações”

Agora que você sabe que existe o google flights e todos os seus benefícios, você vai refazer a ponta do lápis e começar os cálculos e listas para o próximo destino. Vai segurar o fôlego para mais um passo ao desconhecido. Mas, vai ficar tranquilo logo em seguida, porque vai lembrar que tudo deu certo até agora, por maior que tenham sido os perrengues, que são uma certeza numa viagem. E as eliminações? São aquelas coisas que você fez desnecessariamente e que te impediram de fazer outras melhores. Por exemplo, comprar um jogo de xadrez temático, uma flauta que poderia ter sido muito mais barata ou um poncho impossível de usar no calor do Brasil. 

10 – Rever todas as fotos, todos os videos e registros de viagem
E poder organizar todos, pasta por pasta, e saber onde você deve voltar para ver o que faltou. Lembrar o nome de cada companheiro de viagem e ver se ele já está no seu facebook, ver uma foto que você não imaginava que foi tirada por alguém que pegou sua câmera e verificar cada bolso de suas mochilas em busca de tesouros.

Plaza de Armas de Urubamba, Burguer Mobile atrás e meus companheiros voluntários numa sexta-feira a noite, depois do trabalho. Não lembro, mas, só pode ter sido isso, era nossa rotina por 3 meses :D 
O pequeno grande professor Boris, meu amigão inseparável Tobi e eu no meu último dia na ONG, lembro por causa dessa toca que estou usando. Ganhei de presente das professoras <3



Pode uma 11°? 
Ter tempo para fazer um vídeo assim